lErynda lima
Cresci tendo que assistir aos jogos com o meu pai, amigas que gostassem de futebol não existiam. Cresci tendo medo de esquecer um número de um jogador e ter medo de ser taxada como maria chuteira. Cresci tendo que ouvir que toda essa loucura era só uma fase, que quando eu percebesse que mulher “não é para isso” eu desistiria dessa loucura.
Os anos passaram e a angústia de ter contato com tão poucas torcedoras me inquietava. Certo dia no estágio, eu estava no meio de uma pesquisa e descobri que a torcida feminina do meu time é maior que a masculina. Imagine qual não foi o meu choque????!! Minha primeira reação foi “ESSA PESQUISA TÁ ERRADA”, mas eu parei para pensar em todas as vezes em que eu fui para o estádio e a quantidade de mulheres que eu esbarrava. Nas minhas idas à faculdade, estágio, shopping, e o quanto de camisa do meu time que eu via e grande parte delas em mulheres. Aí eu percebi que a pesquisa estava certa SIM.
Todos esses anos todas a esferas da minha vida acabaram me levando a crer que eu era única, fora do normal, e essas tantas outras mulheres que também devem ter passado por isso... Mas essa pesquisa e todas as idas e voltas para casa me mostraram que não, que nós mulheres somos muitas, nossa torcida tem uma força muito grande. O que nos falta é espaço para que possamos mostrar esse nossa força.