Nila Maria
Em primeiro lugar, você não pode. Porque esporte é coisa de homem. Aquela coisa: juntar os amigos, abrir umas cervejas e falar palavrões na frente da TV. Mulher não faz essas coisas, não. Além do mais, esportes podem ser violentos e mulheres são delicadas. Mulheres tem que ser delicadas. E nada de praticar! Vai praticar? Ok. Mas lembre-se que você está aí única e exclusivamente para que seu corpo vire objeto de apreciação na TV e na Internet. E se você não está dentro dos padrões que eles colocaram, quem sabe se a gente encurtar seus shorts pra que vocês fiquem mais atraentes? Acontece que já estamos em 2015 e isso não deveria, de maneira alguma, funcionar deste jeito. Sim, nós, mulheres, já conquistamos muitos direitos. Já estamos em muitos lugares, até mesmo no esporte. Mas ainda não é o suficiente e não será o bastante até conseguirmos a única coisa que realmente nos importa: o respeito.
Não, nós não gostamos de esportes para ter assunto com os caras ou arrumar namorado. Não gostamos de esportes só para falar da aparência dos jogadores. Não somos obrigadas a provar que conhecemos todos os detalhes sobre o nosso time desde sua fundação. Queremos apenas curtir, como vocês fazem desde sempre. Queremos ter paz nos estádios, nos bares e na Internet. Não queremos ser assediadas. Não queremos sequer ser comparadas aos homens. Gostamos de esportes. Somos mulheres. Gostar de esportes não nos torna um cara, não queremos isso. Queremos que as mulheres que praticam sejam respeitadas também. Que seu potencial não seja limitado por seus corpos, que seu desempenho não seja sexualizado. Queremos ver árbitras, técnicas, coordenadoras, jogadoras. E queremos, sobretudo, que seu trabalho seja reconhecido e admirado.
Este é um ano histórico na NFL. Duas mulheres ganharam papéis importantes na Liga. Sarah Thomas é a primeira mulher que atua como árbitra nos jogos da temporada. Até ano passado ela apitava apenas os jogos da pré-temporada, e agora apitará também durante a temporada regular. Jennifer Welter, que já jogou em um time masculino da liga de futebol americano indoor, foi contratada pelo Arizona Cardinals para treinar os linebackers da equipe, sendo a primeira mulher a atuar como treinadora na NFL. Dentro e fora de campo, exercendo qualquer que seja a função, o que queremos é ser tratadas como iguais. Não somos inferiores aos homens, nosso trabalho ou desempenho como atleta não será menor por sermos mulheres. Nosso conhecimento como espectadoras não é diferente porque alguém inventou que mulheres gostam de novelas e homens de futebol. Se gostamos de esportes, é porque gostamos de esportes; é isso que fazemos.
Doa a quem doer, chegamos. E não vamos tolerar desrespeito, piadas de mau gosto, assédio e opressão. Este espaço também é nosso, e ninguém mudará isso.
Não, nós não gostamos de esportes para ter assunto com os caras ou arrumar namorado. Não gostamos de esportes só para falar da aparência dos jogadores. Não somos obrigadas a provar que conhecemos todos os detalhes sobre o nosso time desde sua fundação. Queremos apenas curtir, como vocês fazem desde sempre. Queremos ter paz nos estádios, nos bares e na Internet. Não queremos ser assediadas. Não queremos sequer ser comparadas aos homens. Gostamos de esportes. Somos mulheres. Gostar de esportes não nos torna um cara, não queremos isso. Queremos que as mulheres que praticam sejam respeitadas também. Que seu potencial não seja limitado por seus corpos, que seu desempenho não seja sexualizado. Queremos ver árbitras, técnicas, coordenadoras, jogadoras. E queremos, sobretudo, que seu trabalho seja reconhecido e admirado.
Este é um ano histórico na NFL. Duas mulheres ganharam papéis importantes na Liga. Sarah Thomas é a primeira mulher que atua como árbitra nos jogos da temporada. Até ano passado ela apitava apenas os jogos da pré-temporada, e agora apitará também durante a temporada regular. Jennifer Welter, que já jogou em um time masculino da liga de futebol americano indoor, foi contratada pelo Arizona Cardinals para treinar os linebackers da equipe, sendo a primeira mulher a atuar como treinadora na NFL. Dentro e fora de campo, exercendo qualquer que seja a função, o que queremos é ser tratadas como iguais. Não somos inferiores aos homens, nosso trabalho ou desempenho como atleta não será menor por sermos mulheres. Nosso conhecimento como espectadoras não é diferente porque alguém inventou que mulheres gostam de novelas e homens de futebol. Se gostamos de esportes, é porque gostamos de esportes; é isso que fazemos.
Doa a quem doer, chegamos. E não vamos tolerar desrespeito, piadas de mau gosto, assédio e opressão. Este espaço também é nosso, e ninguém mudará isso.